isabel alves on Thu, 16 Aug 2001 18:44:44 +0200 (CEST) |
[Date Prev] [Date Next] [Thread Prev] [Thread Next] [Date Index] [Thread Index]
[Nettime-bold] BES - Bolsa Arte Experimental Intermédia 2002 - |
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
EXPERIMENTAL INTERMEDIA FOUNDATIONBolsa Arte Experimental Intermédia 2002Em memória de Ernesto de Sousa, pioneiro do experimentalismo intermédia em Portugal
A Bolsa Ernesto de Sousa (BES) proporcionará na sua nona edição a estada de mais um artista intermédia português em Nova Iorque, durante o mês de Março de 2002. Promovida pelos esforços conjuntos da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e da Experimental Intermedia Foundation (EIF), a iniciativa consiste num programa de estudos sob a orientação da última daquelas instituições.
Este programa de formação compreende um estágio nos Intermedia Studios da University of Iowa sob a orientação do director do departamento de Intermedia, Hans Breder, e será completado por um período de investigação e experimentação na Wesleyan University, em Middletown, sob a orientação de Alvin Lucier e Ron Kuivila, e pela apresentação pública de uma obra com características intermediáticas. Considera-se uma criação "intermedia" qualquer projecto que de alguma forma associe imagem, som e movimento, numa perspectiva de pesquisa e inovação, e tendo como finalidade a apresentação de um espectáculo. Os candidatos deverão possuir a nacionalidade portuguesa e ter um bom conhecimento de língua inglesa.
As candidaturas deverão ser apresentadas em português e inglês e incluir:
1. Documentação sobre três obras realizadas, na forma de diapositivos, gravações audio ou vídeo.
2. O projecto que o candidato pretende desenvolver em Nova Iorque, incluindo sinopses de conferências ou performances que desejaria realizar nos Estados Unidos.
3. Curriculum detalhado.O vencedor da BES, na conclusão do programa, deverá apresentar um relatório sobre as actividades desenvolvidas durante o estágio. Compromete-se também, para além de apresentar o seu projecto em Nova Iorque, a fazê-lo igualmente em Portugal, quando para tal for solicitado.A entrega das candidaturas à Bolsa Ernesto de Sousa deverá ser feita até às 18 horas do dia 28 de Setembro de 2001, na sede da FLAD, Rua do Sacramento à Lapa, 21, 1249-090 Lisboa. As candidaturas serão apreciadas pelo júri reunido para o efeito, cuja decisão será anunciada em Outubro de 2001.
O júri da BES é constituído por Phill Niblock (artista "intermedia" e director da EIF); Manuel Costa Cabral (representante da FCG); Rui Eduardo Paes (crítico musical e representante da FLAD); Emanuel Dimas Pimenta (arquitecto e compositor) e Isabel Soares Alves (produtora cultural).
Recorde-se que já foram premiados com a BES João Paulo Feliciano, Rafael Toral, Manuel Mota, Paulo Raposo, David Maranha, Adriana Sá, Sónia Rodrigues e João Pinto. Foram ainda atribuídas menções honrosas a André Gomes, João António Mota, Daniel Blaufuks (por duas vezes), Nuno Rebelo, Luísa Cunha, Hélder Luís, Margarida Garcia (por duas vezes) e Ricardo Jacinto.
De salientar ainda, que alguns destes artistas participaram recentemente numa tournée na Alemanha, com performances individuais, organizada por Jens Brand num esforço conjunto com a Fundação Gulbenkian.
Em anos transactos fizeram parte do júri: Leonel Moura, António Cerveira Pinto, Paul Panhuysen, (Holanda), Artur Stidfole (EUA), Moniek Darge (Gent, Bélgica), Barbara Held (Barcelona), Jens Brand (Alemanha), Keiko Sei (Japão/República Checa) e Maria Blondeel (Bélgica).
Ernesto de Sousa (1921-88) é uma das figuras mais controversas da segunda metade do Séc. XX e a sua obra uma das mais fecundas. A sua formação, literária e artística, conduziu-o inicialmente à intervenção no campo tradicional da crítica de arte. Ao longo dos anos 60 e 70, em ruptura com a geração e as sensibilidades do seu próprio tempo de formação, cultivou a imagem incómoda de uma personalidade de ilimitados interesses e fronteiras de intervenção. Da crítica e da historiografia ao cinema, da fotografia à intervenção "intermedia", assumiu definitivamente nos anos 70 um destino de artista, de agitador e de utopista, espécie de "consciência crítica" da nação cultural, à semelhança do que fora Almada (que estudou e admirou) em circunstâncias diversas. A organização da "Alternativa Zero", que em 1977 realizou a síntese ou o levantamento possível das produções do conceptualismo nacional, consagrou definitivamente esse seu papel.Têm sido frequentes as referências, celebrações e retrospectivas sobre Ernesto de Sousa. O livro Ser Moderno em Portugal, pela editora Assírio & Alvim, contém um estudo significativo sobre a sua obra. A Fundação Calouste Gulbenkian apresentou a exposição "Revolution My Body" retrospectiva de parte da obra deste artista relativa à actividade da década de 70, no campo da "intermedia". A exposição "Alternativa Zero" foi apresentada em Palermo (Itália) por iniciativa da Fundação de Serralves, e irá será ser objecto de várias iniciativas por ocasião do 25º aniversário da sua realização, em Março 2002.
Considerando que o pioneirismo de Ernesto de Sousa em Portugal está visivelmente a dar frutos, é desejo da Bolsa Ernesto de Sousa levar para o Séc. XXI e o terceiro milénio a sua influência. www.asa-art.com/bes.htm www.terravista.pt/Guincho/7933/Dossierernesto.htm
www.asa-art.com/bes.htm.asa-art.com/bes/hwwtm
wwwWWW.ASA.ART.COM/BES.HTM