h.d.mabuse on 9 Mar 2001 20:47:08 -0000


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[nettime-lat] I WORKSHOP BRASILEIRO DE UNIVERSALIZAÇÃO DE ACESSO


I WORKSHOP BRASILEIRO DE UNIVERSALIZAÇÃO DE ACESSO

http://www.luar.dcc.ufmg.br/wua/

A Internet brasileira tem crescido de maneira extraordinária e o País 
ocupa, segundo estatísticas internacionalmente reconhecidas, o décimo 
segundo lugar no mundo em número de computadores conectados permanentemente 
à rede. Até o fim deste ano de 2001 estaremos, certamente, entre os dez 
primeiros. Apesar disto, a Internet brasileira ainda é um fenômeno das 
classes média e alta, e o desafio de universalizar o acesso à Internet 
coloca-se de forma imperativa e urgente.
Em meio a diversas discussões sobre o assunto, dois problemas permanecem: o 
preço dos serviços de telecomunicações para acesso à Internet e o alto 
custo dos computadores pessoais disponíveis no mercado, ambos inaccessíveis 
para várias camadas da população. O problema do preço das telecomunicações 
é parte integrante das preocupações dos gestores do FUST (Fundo de 
Universalização dos Serviços de Telecomunicações) que, em seus grupos de 
trabalho, já enunciaram um conjunto de ações complementares, tais como: a 
possibilidade de o Governo contratar linhas para conexão à Internet, 
alocando-as para conectar escolas, postos de saúde, etc. A criação de uma 
numeração telefônica específica para acesso à Internet, a chamada numeração 
0i00, que não só permitirá ganhos técnicos na utilização da infra-estrutura 
existente no País, como também um sistema racional e transparente de 
utilização de recursos do FUST.
O desafio restante, de construir um computador de baixo custo no qual seja 
possível embutir toda a funcionalidade requerida para navegação na 
Internet, foi enfrentado com sucesso pelo Comitê Gestor da Internet, 
através de uma parceira com o departamento de Ciência da Computação da UFMG 
que resultou em uma demonstração de um protótipo ao presidente da república 
no final de janeiro deste ano. O protótipo de um computador pessoal 
produzido não tem partes móveis e funciona com software aberto, de domínio 
público.
Este resultado abre perspectivas da maior relevância para a tecnologia e o 
mercado brasileiros. Em primeiro lugar, permite que o País seaproprie do 
ciclo de inovação tecnológica de um produto com evidente potencial de 
exportação. Ao definirmos um ambiente de utilização de computadores para um 
público potencialmente grande temos a capacidade de tornar este ambiente um 
padrão mundial a ser seguido. O trunfo reside no fato de a próxima geração 
deste software, e consequentemente da plataforma, poder ser definida no 
Brasil, de acordo com a realidade e as necessidades brasileiras. Abre-se 
uma janela de oportunidade para que a competência tecnológica concentrada 
nas universidades brasileiras possa ser posta a serviço da nação com 
consequências econômicas imediatas. Para isto, é necessário um esforço 
coordenado de vontade política, coordenação de ações e uso do poder 
alavancador do mercado interno.
Mas como fazê-lo ? Qual tipo de hardware considerar ? Quais plataformas de 
software devem ser adotadas ou escritas ? Talvez ainda mais importante, 
como se posicionar perante a sociedade e ao governo ? Quais estratégias 
adotar para garantir-se o sucesso deste projeto ? Convidamos todos os 
pesquisadores da área assim como setores da indústria e da sociedade a 
participar. È necessário definir os rumos deste projeto. Alguns dos tópicos 
a serem discutidos:
1. Software: Quais plataformas utilizar ? Linux + KDE ? Que tipo de 
aplicativos são mais usados ? Quais as opções existentes ? Quais são as 
direções de pesquisa ?
2. Hardware: Como padronizar o hardware de forma que qualquer fabricante 
possa construir uma máquina "compatível" com o ambiente desejado ? Quais 
aspectos são mais importantes ? Quais critérios devem ser estabelecidos 
para garantir a compatibilidade de gerações futuras?
3. Pesquisa: O que falta fazer ? Como melhor aproveitar a infra-estrutura 
de rede sendo montada ? Quais aspectos do sistema operacional e/ou do 
acesso à rede devem ser modificados ou melhorados?
4. Direção: Como levar este projeto a frente ? Como nos posicionar diante 
da sociedade e do governo ?



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