Antonio C Pinto on Sat, 17 Aug 2002 18:01:02 +0200 (CEST)


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[nettime-lat] O FIM DO INSTITUTO DE ARTE CONTEMPORANEA (Portugal)




QUERO LÁ SABER DO IAC!

1. -- O Instituto de Arte Contemporânea (IAC), através dos seus actuais
responsáveis (que já se deviam ter demitido, por uma óbvia razão de
coerência institucional, ideológica e política) pretende apenas, com a sua
anunciada abertura de um canal especializado de legitimaçcão, criar a ilusão
de um diálogo, mantendo pacificada uma comunidade assaz pacífica, mas que
nas presentes circunstâncias poderia alterar o seu proverbial comportamento
individualista...

2. -- O fim do IAC não é nenhum drama! Ao contrário do ICA inglês (de que
copiou apenas o nome...), não foi representativo de nada, senão da política
governamental que a gerou; não foi transparente; e não fundou nada de
sólido. O IAC morreu? E depois?!

3. -- A defesa dos interesses dos artistas plásticos (sejam eles pintores ou
fazedores de estátuas, operadores estéticos, videoplastas, performers,
artistas intermédia, artistas multimédia, artistas new media, computer
artists, net artists, híbridos, etc.), no que reporta aos seus direitos
sociais (nomeadamente aqueles que decorrem do falido Estado Providência) não
deve, e provavelmente não pode (pelo menos convenientemente) ser acautelada
pela via sindical. Em primeiro lugar, porque esta última deixou de ser a
plataforma ideal para este género de agonística. Em segundo, porque os
artistas, quando não são artistas em part-time, são invariavelmente
profissionais liberais, ou empresários. Assim sendo, restaria a via
associativa do tipo Ordem ou qualquer outra variante corporativa (igualmente
fora de moda!)

Embora os velhos Estados de origem jacobina e corporativa continuem a adorar
sindicatos, ordens e outros sistemas de delegação de vontades e corrupção de
poderes, a verdade é que o curso convulsivo do mundo actual já não passa,
nem depende, destes quistos burocráticos. (Veja-se o caso recente da
denúncia do contrato de aquisição dos helicópteros para as Forças Armadas
Portuguesas, por parte do Ministro Paulo Portas, e da caricata posição do
actual Bastonário da Ordem dos Advogados, advogado e empresário de quem é
cliente o consórcio europeu promitente do referido fornecimento).

Sou, pois, frontalmente contra a criação de qualquer Associação modelada
pelos princípios estatutários que enformam sindicatos, ordens e organismos
do género

4. -- Os artistas podem e devem agir!

Mas fazendo-o a partir da sua própria actividade. Pontual ou
conjunturalmente, sem deixar rabos burocráticos atrás das suas acções.

Os artistas, indivíduos e colectivos vários, podem aparecer na "rentrée" com
um conjunto de iniciativas, que nem precisam de ser coordenadas, dirigidas
ao actual responsável governamental da pasta da Cultura, confrontando-o com
perguntas simples:

- qual é a sua política para as artes plásticas no que se refere à aplicação
do actual OGE?

- que dinheiro vai gastar com essa política?

- onde vai efectivamente gastar o dinheiro do contribuintes posto ao seu
dispôr?

- que poupanças decidiu fazer na máquina administrativa do MC?

- quais as regras que presidem ao uso das verbas postas à sua disposição,
nomeadamente em matérias como

        -- a política de subsídios,
        -- as bolsas,
        -- a produção de eventos,
        -- o intercâmbio cultural na área das artes plásticas
        -- e a museologia contemporânea?

5. -- Do que todos precisamos é de alguma acção, antes que seja tarde. O
estilo da acção deve evitar o da manada com chefe, e proceder à semelnança
das abelhas quanto perturbam a sua privacidade laboriosa: o ataque de
enxame!

6. Para isso estou disposto.

a

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