Leonardo Palma on Sun, 21 May 2006 20:58:56 +0200 (CEST)


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[nettime-br] Raitéqui - Redes virais: informação que pega no ar


Olá Ricardo,
Car@s tod@s,
Primeira contribuição:

http://www.arede.inf.br/index.php?option=com_content&task=view&id=523&Itemid=99
Raitéqui - Redes virais: informação que pega no ar.
[image: PDF]
14 de abril de 2006
[image: Image]
*Trata-se de um novo conceito de construção de uma rede de comunicação sem
infra-estrutura de comunicações. Essa rede vai usar cada computador nela
conectado como hospedeiro e reprodutor do fluxo de comunicação.** *Sergio
Amadeu da Silveira

[image: Image] Apalavra vírus provoca imagens ou idéias de contaminação,
multiplicação reprodução rápida e fulminante. Para a biologia, um vírus é um
microorganismo que se multiplica usando a célula do seu hospedeiro. Na
computação, o vírus é um programa malicioso que vem dentro de outro
programa, que faz cópias de si mesmo e tenta se espalhar pelos demais
computadores. No cenário dos negócios, o marketing viral é a propaganda boca
a boca.

No mundo das redes, é cada vez mais forte a idéia da comunicação viral. Mas
o que vem a ser uma rede viral? Trata-se de um novo conceito de construção
de uma rede de comunicação sem uma infra-estrutura de comunicações. Uma rede
que utilize cada computador nela conectado como hospedeiro e reprodutor do
fluxo de comunicação. É uma revolução dentro da revolução informacional. É a
rede caminhando no sentido da mais completa descentralização, não somente de
sua parte lógica, mas também de seus elementos físicos.

A internet representou uma profunda mudança no paradigma das comunicações.
Ela é logicamente descentralizada; ao contrário da TV, não depende de um
centro emissor. Mas utiliza a infra-estrutura da telefonia para existir e
trocar seus pacotes de dados, para conectar os computadores. Imagine, então,
usar determinadas ondas de rádio para conectar diretamente um computador com
outro. Pense em tirar os fios da internet e criar uma conexão de todos com
todos, via *wireless* (sem fio, em inglês). Calma aí, vamos explicar melhor.


Comunicação viral é o conceito de um sistema de comunicação livre de infra-estrutura, em que os usuários fazem sua própria infra-estrutura. Essa forma de comunicação pode ter o mesmo nível de impacto que a internet teve sobre a comunicação conectada por redes de fios e fibras ópticas. A comunicação se dará como no caso da disseminação de um vírus. Tal como o vírus se prolifera contaminado a célula vizinha, a comunicação viral terá como o agente de propagação os computadores mais próximos. A máquina de seu vizinho servirá para fazer sua mensagem ser transmitida ao vizinho de seu vizinho e assim por diante até chegar ao destino.

*
Eu sou uma antena *

Primeira implicação de um sistema viral é que ficamos livres da
infra-estrutura de telefonia (a chamada de última milha) para conectar
nossos computadores, palms e *notebooks*. Segunda, é que a rede viral está
mais aberta às inovações, é mais flexível, exatamente por não estar baseada
em nenhum sistema central. A terceira implicação está no fato de colocar a
inteligência em cada nó da conexão, e não mais em um servidor instalado em
um provedor. Ufa!

Criar redes descentralizadas, que não dependam de um ponto central, com a
capacidade de  se autoconfigurar de acordo com o número de máquinas nela
penduradas, exigirá novos algoritmos que assegurem a continuidade do fluxo
de informações, se um dos nós cair, ou seja, se desconectar. O algoritmo
(conjunto de instruções embutidas em cada placa de comunicação da rede
viral) deverá ser capaz de redirecionar a corrente de dados para outros nós.
Se a máquina de seu vizinho à direita *deu pau*, a transmissão continuará
através da máquina do vizinho da frente ou à esquerda. Como isso é possível?


Os equipamentos, computadores ou *laptops* conectados na rede passam a funcionar como aparelhos de retransmissão de informações; passam a trabalhar como pequenas antenas retransmissoras. Isso mesmo, retransmissoras de sinais. Com uma pequena placa inserida em cada computador, ele é transformado em uma pequena estação que roteia o fluxo de dados que estará passando por ele. Ou seja, além do computador receber e enviar dados conforme a vontade de quem o opera, ele também passará a garantir que os computadores vizinhos possam se comunicar utilizando-o como ponte de comunicação.

Agora pense em uma cidade com milhares de computadores. Quanto mais
computadores e* laptops* existirem, menor será a distância entre eles e
melhor será a comunicação. Sem fios ou cabos, os dados serão transmitidos
por ondas captadas por cada computador, agora transformados em pequenas
estações roteadoras de telecomunicações. Hoje, quanto mais pessoas usam uma
linha ADSL, menor a velocidade de transmissão dos pacotes de dados. Existe
uma redução da velocidade à medida que mais  pessoas forem se conectandona
rede. Cada novo computador conectado congestiona a rede tradicional.


*Quanto mais, melhor. *

Ocorrerá exatamente o contrário no caso da arquitetura das redes virais ou *ad
hoc* (feitas com essa finalidade). Quanto mais máquinas funcionando em uma
área, mais caminhos para  as informações se propagarem, evitarem
congestionamentos e chegarem mais rapidamente ao seu destino. A rede viral é
uma rede solidária que fica melhor,  quando mais máquinas compartilham sua
conectividade.

Um dos principais pensadores da comunicação viral é Andrew Lippman,
pesquisador e professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
Um dos grandes entusiastas  o *laptop* de US$ 100. Milhões de crianças com *
laptops* contendo placa apropriada para comunicação viral vão representar
uma enorme massa de computadores-retransmissores necessários a viabilizar,
em todas as cidades, a comunicação viral. Sem gastar um centavo de conta
telefônica.

A rede viral tem uma topologia *mesh*. Em redes de comunicação, o termo
topologia indica a descrição do arranjo da rede, o desenho como seus nós
estão conectados. Quando todos os nós possuem linhas de conexão com um nó
central, chamados essa topologia de estrela. Quando os nós se conectam entre
si, temos uma topologia *mesh*. A rede *mesh* também pode ser feita com a
colocação de centenas de antenas com capacidade de conectar entre 30 a 60
computadores cada. Mas também pode ser uma rede *ad hoc*, ou seja, permite a
conexão entre os equipamentos sem fio, sem a necessidade de ponto de acesso.


O futuro da comunicação viral, completamente descentralizada e de baixo custo, coloca instigantes possibilidades para a educação, para a diversidade cultural e para o comércio. Certamente, reordenará a telefonia, pois a voz sobre IP poderá usar a rede *mesh* para se consolidar, bem como a TV sobre IP poderá viabilizar inúmeros canais de programação e maior diversidade cultural. Outros desafios surgirão, mas a comunicação viral democratiza intensamente a comunicação mediada por computador, desde que as pessoas tenham acesso a um computador. A luta pela inclusão digital é uma corrida contra o tempo, para impedir que nossa sociedade e nossas comunidades fiquem fora da sociedade do conhecimento. Temos pressa.

http://web.media.mit.edu/~lip/ <http://web.media.mit.edu/%7Elip/> - Página
de Andrew Lippman, com informações valiosas e esclarecedoras sobre a
comunicação viral. Mas em inglês.

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Abraços a tod@s!

leonardo
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